
A escola, ao longo dos séculos, sempre foi um espaço privilegiado de formação humana, não apenas no âmbito do conhecimento, mas também no desenvolvimento de valores éticos, empatia e convivência social. Com o avanço das tecnologias e, mais recentemente, da inteligência artificial (IA), a educação se depara com um novo cenário: como aliar o papel humano da escola ao potencial transformador da IA para formar bons seres humanos?
É importante lembrar que excelentes profissionais não nascem apenas de habilidades técnicas ou conhecimentos especializados, mas de uma base sólida de humanidade e comportamentos. Um bom ser humano é empático, ético, colaborativo e consciente do impacto de suas ações no mundo. E é sobre essa base que se constroem as competências para os desafios do século XXI, que incluem a adaptabilidade, a criatividade e a resolução de problemas.
A escola, enquanto espaço social, tem o papel essencial de fomentar o diálogo, a escuta ativa e a construção coletiva do conhecimento. Já a inteligência artificial pode ser uma aliada poderosa nesse processo, auxiliando na personalização do aprendizado, na análise de dados para identificar necessidades específicas dos estudantes e na oferta de recursos inovadores que enriquecem as experiências educativas. Porém, é fundamental que essa tecnologia seja usada como ferramenta, e não como substituta, do vínculo entre educador e educando.
Para que a escola e a IA trabalhem juntas na formação de bons seres humanos, é necessário que os valores éticos estejam no centro desse processo. O uso da inteligência artificial deve ser pautado pela responsabilidade e pelo compromisso com a inclusão, a justiça e a equidade. Além disso, a integração da tecnologia deve ser acompanhada de reflexões sobre seus impactos na sociedade, permitindo que os estudantes não apenas dominem as ferramentas, mas também compreendam suas implicações.
Nesse contexto, o papel do educador é insubstituível. Cabe a ele mediar as relações, promover a discussão sobre temas essenciais e cultivar nos alunos a curiosidade e o senso crítico. A IA pode atualizar o tempo do professor, assumindo tarefas repetitivas e administrativas, mas jamais substituirá sua capacidade de inspirar, acolher e transformar.
Assim, a combinação entre a escola e o IA não deve ser vista como uma oposição entre o humano e o tecnológico, mas como uma sinergia onde cada elemento contribui para um propósito maior. A tecnologia oferece ferramentas poderosas, mas é a escola, com sua essência humana, que molda os indivíduos capazes de transformar realidades.
Portanto, formar bons seres humanos é, antes de tudo, um esforço conjunto, que combina o melhor das relações humanas com o potencial da inteligência artificial. Somente quando valores éticos e competências técnicas andam de mãos dadas é que podemos alcançar a verdadeira excelência, tanto no âmbito pessoal quanto profissional. Afinal, é sobre um bom ser humano que se obtenha excelentes profissionais e, consequentemente, uma sociedade melhor.